INTRODUÇÃO

Uma das partes mais difíceis do nosso trabalho foi a selecção do tema a trabalhar, não tínhamos dúvidas que queríamos fazer um trabalho relacionado com o corpo humano, mas tinha-mos que escolher algo mais especializado que pudesse-mos aprofundar. Depois de várias hipóteses colocadas, escolhemos um tema: “O Olho Humano”. Mal seleccionamos o tema surgiram logo várias ideias e decidimos abordar mais aprofundadamente os seguintes temas:

§ Anatomia do olho
§ Processamento da visão
§ Visão de alguns animais
§ Doenças visuais
§ Genética aliada ao olho humano
§ Ilusões ópticas

É sem dúvida um trabalho que nos diz respeito a todos pois é um tema que abrange um órgão comum a todos nós, por isso, o nosso objectivo é dar a conhecer certos aspectos sobre este órgão.
São poucas as pessoas que têm conhecimento sobre como se processa a nossa visão e neste trabalho explicamos esse processo de uma forma acessível a todos e de fácil compreensão. Além disso, ninguém está isento de ter uma doença visual e, com este trabalho, pretendemos disponibilizar informação sobre essas doenças, sobre as formas de prevenir essas doenças, a quem se dirigir se sentir alguma anomalia na sua visão e mesmo o tipo de lentes necessários para corrigir essas anomalias.
Outro aspecto está relacionado com os erros do senso comum que permanecem na nossa sociedade geração após geração relativo á visão dos animais ou mesmo sobre a cor dos olhos. Apesar de a ciência ainda ter várias dúvidas sobre a visão de alguns animais, a visão de outros é já conhecida e vem contrariar muito daquilo que se pensava. Quanto á cor dos olhos a ciência ainda não consegue explicar totalmente a transmissão genética que codifica a cor dos olhos da descendência, mas já possui uma grande informação sobre esse aspecto.
Isto é apenas uma pequena introdução da vasta informação contida neste trabalho.

Anatomia do Olho

Para conhecer mais sobre o funcionamento da visão é importante conhecer um pouco sobre as partes do olho.




Esclera
É a parte branca do olho que funciona como protecção.



Córnea
É uma estrutura transparente e resistente que permite a passagem da luz para dentro do olho e ajuda a focalizá-la na retina.



Íris
É a parte que dá a cor dos olhos. Controla a entrada de luz através da pupila.




Pupila
É uma abertura na íris que aumenta ou diminui, controlando a quantidade de luz que penetra no olho.



Cristalino
É uma lente biconvexa que auxilia na focalização da imagem sobre a retina.



Retina
É responsável pela transmissão das imagens recebidas para o cérebro, através do nervo óptico.



Mácula
É um ponto oval amarelo que se localiza perto do centro da retina. É na mácula que se encontra a maior densidade de células cone do olho, responsáveis pela visão de cores.

Processamento da Visão

Quando olhamos para um objecto, os raios luminosos que ele reflecte penetram na nossa córnea, atravessam o humor aquoso, o cristalino e o corpo vítreo e atingem a retina, na qual se forma uma imagem invertida do objecto.
O nosso cérebro, no entanto, aprendeu a interpretar correctamente o que vemos: a imagem não é percebida por nós ao contrário, mas, sim, na posição correcta.

Os animais e a sua percepção das cores

Os cones (detectores das cores) e os bastonetes (detectores de luz) aparecem em diferentes proporções nos diferentes animais, isso deve-se ao facto de a visão de cada animal estar adaptada às suas necessidades.

Alguns exemplos:
- Nem todos os animais têm órgãos da visão, os animais unicelulares só têm os receptores que lhes indicam a presença de luz, os animais mais complexos como os morcegos e as toupeiras também não precisam de boa vista para sobreviver no seu ambiente;
- Os polvos tem o órgão visual muito desenvolvido já que são caçadores que dependem da velocidade e da precisão do seu ataque, captam as distancias variando o tamanho do seu globo ocular de uma forma automática;
- As aves também têm boa vista para detectarem as suas presas desde as alturas,
- Muitos mamíferos têm os olhos em posição lateral para estarem alerta;
- Os mamíferos carnívoros têm visão frontal o que lhes dá uma imagem em relevo que é muito útil para a caça,
- Também os primatas têm este tipo de visão (frontal), alias podem distinguir as cores, o que lhes permite escolher os frutos;
- Os insectos por seu turno têm os olhos compostos por muitos omatideos que enviam mensagens separadas ao cérebro, obtêm assim uma visão em mosaico, muito útil para captar movimento.

O olho humano e o dos insectos são muito diferentes, estão adaptados às suas respectivas necessidades.

Anomalias Visuais

Os quatro principais tipos de anomalias visuais, mais frequentes na sociedade são:

-Miopia
-Hipermetropia
-Astigmatismo
-Presbiopia

Vamos descrever, resumidamente e com a ajuda de alguns esquemas, em que consiste cada uma dessas anomalias:

Miopia
Na imagem, o olho do lado esquerdo, ilustra um olho míope e, o olho do lado direito, representa a compensação da miopia através de uma lente negativa. A imagem de um objecto situado no infinito (na prática a mais de 5 metros), é formada dentro do olho antes da retina. A colocação de uma lente negativa ou divergente (mais fina no centro que no bordo), permite a compensação desta deficiência através da formação de uma imagem nítida na retina.




Hipermetropia



Neste esquema, apresenta-se à esquerda um olho hipermetrope. Nesse olho, a imagem de um objecto no infinito, forma-se após a retina o que significa que o indivíduo vê uma imagem desfocada de todos os objectos ao longe e pior ainda ao perto. Se em frente a um olho hipermetrope for colocada uma lente positiva ou convergente, então a imagem já se forma ao nível da retina permitindo boa visão ao longe e ao perto.



Astigmatismo



O astigmatismo é um pouco mais difícil de descrever, mas pode ver-se na figura que consiste numa focagem correcta na retina apenas de uma parte da imagem, apenas existe um meridiano segundo o qual a focagem é correcta. Nos restantes meridianos, o foco pode estar antes ou depois da retina (pode mesmo estar um foco antes e outro depois). O astigmatismo compensa-se com lentes tóricas.


Presbiopia

A presbiopia é um problema visual de natureza diferente das anteriores. É notada pela dificuldade de visão ao perto a partir dos 40 - 45 anos de vida, numa pessoa cuja visão ao longe sempre foi e continua a ser boa. Para ler com maior nitidez e conforto, é necessário afastar um pouco a leitura. Não existe qualquer tratamento eficaz para a presbiopia, mas também, é dos defeitos visuais talvez o menos incomodativo, pois é facilmente compensado com o uso de lentes para perto, sendo muito práticos os óculos tipo meia lua. Note-se que a dificuldade inicial que é ligeira, vai aumentando progressivamente até estabilizar por volta dos 60 - 65 anos, bastando trocar as lentes cada dois anos, em média.

Existem ainda outros tipos de anomalias, menos frequentes, tais como:
-Estrabismo
-Cataratas
-Daltonismo
Estrabismo: A sua causa é uma falta de coordenação dos músculos extremos dos olhos; os dois olhos não focalizam simultaneamente o mesmo objecto; pode ser constante ou intermitente.
Cataratas: Condição dos olhos em que as lentes do cristalino, ou a sua cápsula, tornam-se opacas, com perda da nitidez visual, geralmente pode ser tratada através de uma operação ou outros processos médicos.
Daltonismo: O daltonismo é uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos órgãos responsáveis pela visão, ou de lesão de origem neurológica. Actualmente não existe nenhum tipo de tratamento conhecido para este distúrbio. Porém, um daltónico pode viver de modo perfeitamente normal, desde que tenha conhecimento das limitações da sua visão.

Inquérito Sobre Doenças Visuais

Fizemos um inquérito a 60 jovens de Espinho, 30 do sexo masculino e 30 sexo feminino.
50% dos rapazes têm problemas visuais, 75% dos quais usam óculos e apenas 25% usam lentes de contacto.
56,25% das raparigas têm problemas visuais, 66% das quais usam óculos e 34% usam lentes de contacto.


50% dos que têm problemas visuais, usam os óculos ou as lentes diariamente, enquanto que os outros 50% apenas os/as utilizam em casa ou na escola.
21,43% daqueles que não usam óculos, apesar de não usarem actualmente, já usaram na infância.
Outra pergunta do nosso inquérito foi: “Qual a anomalia visual que possui?” e, depois de realizarmos o inquérito, constatámos que nenhum dos inquiridos sofria de cataratas, o que comprova que é uma anomalia com baixa frequência nos jovens. Em contrapartida, aquela que mais inquiridos possuem é a miopia. Também verificámos que é frequente que uma mesma pessoa possua miopia e astigmatismo.
Aos inquiridos que possuem doenças visuais e aqueles que já possuíram, perguntámos com que idade tinham descoberto que precisavam de usar óculos. O intervalo de idade onde é mais frequente descobrirem-se doenças visuais é entre os 8 e os 14 anos.
A quinta pergunta no nosso inquérito foi “Já alguma vez ouviu falar sobre a operação a laser?”. Verificámos que são muito poucas as pessoas que ainda não ouviram falar sobre esta operação, cerca de 5%.
A última pergunta do nosso inquérito era mais aberta, onde perguntámos aos inquiridos qual a sua opinião sobre esta operação.
A opinião de que esta operação é bastante favorável e uma grande descoberta é unânime entre todos os inquiridos. Os aspectos onde diferem as opiniões é sobre a quantidade e qualidade da informação sobre esta operação pois, enquanto uns afirmam que existe informação suficiente, outros acham que há escassez da mesma.
65% daqueles que têm problemas visuais afirmaram que, no futuro, pretendem fazer esta operação.
São também aqueles que têm problemas visuais que afirmam que há informação suficiente, o que se entende facilmente tendo em conta que quando vamos a uma consulta de oftalmologia e temos problemas visuais, somos logo informados acerca da possibilidade de fazer esta operação a partir dos 18/20 anos, idade onde a miopia começa a estabilizar.

A Genética e o Olho Humano

O problema da determinação genética da cor dos olhos

Durante as aulas de biologia, todos os professores têm que responder ao inevitável questionamento sobre como é herdada a cor dos olhos. Contudo, muitos ainda tratam de forma errada essa característica genética como um tipo de herança mendeliana simples, cuja ocorrência é influenciada por um único par de genes associados com a produção de olhos castanhos ou azuis.
É verdade que a hereditariedade de diversas características é determinada por dois alelos dos genes herdados dos nossos pais. Esses alelos estabelecem entre si uma relação de dominância e recessividade, segundo esse ponto de vista, a versão castanha para a cor dos olhos (C) seria dominante sobre a variante para a cor azul (c). A dominância, nesse caso, significaria que, se pelo menos um dos alelos para a coloração dos olhos de uma pessoa fosse C, os seus olhos seriam castanhos. Geneticamente falando, portanto, indivíduos com olhos castanhos poderiam ser ou CC ou Cc, enquanto aqueles que têm olhos azuis seriam obrigatoriamente cc.
Porém, essa explicação simplista não mostra como surge toda a imensa variedade de cores presente nos olhos e não esclarece por que pais de olhos castanhos podem ter filhos com olhos castanhos, azuis, verdes ou virtualmente de qualquer outra tonalidade. A cor dos olhos é, portanto, uma característica cuja herança é complexa (ou poligénica) que está relacionada com um trio de genes.
A definição da coloração dos olhos é um processo complexo, que depende de uma combinação de factores genéticos associados com as características do tecido fibroso e vasos sanguíneos presentes na íris. Também alguns factores epigenéticos (relacionados com a organização espacial do material genético e com as influências do ambiente nessas moléculas) determinam a cor dos nossos olhos.
A cor dos olhos varia ainda com a idade e com o estado de saúde. Em algumas pessoas, os olhos mudam de cor dependendo do humor, disposição e mesmo com a cor das roupas. No entanto, os mecanismos associados com esse processo não são bem compreendidos.
Toda esta temática continua em estudo para tentar entender todos os factores envolvidos na definição da coloração de nossos olhos. O que não deixa de causar surpresa, uma vez que essa característica atrai muito interesse público e movimenta anualmente verdadeiras fortunas relacionadas com tratamentos estéticos e reparadores, venda de produtos, etc.
No entanto, o entendimento pleno de seu fundamento biológico ainda está por ser obtido.

Ilusões de Óptica

O que é uma ilusão óptica?

Cada ponto da imagem formada na retina é analisado e, em seguida, transmitido ao cérebro sob a forma de sinais codificados. Na verdade as zonas do cérebro correspondentes à visão interpretam esses sinais e dão-nos uma representação do objecto observado. Interpretação que pode ser por vezes ambígua, isto é, ter duas interpretações diferentes e estes erros podem causar por vezes "ilusões ópticas", que não são entendidas da mesma forma por todos.
Isto é teoricamente semelhante para todo o tipo de ilusões.
Aqui ficam algumas ilusões de óptica:

- Uma mulher, um cavalo, uma raposa, um tigre, uma águia, um urso, etc.




-O que diz nesta imagem?




-Impossível!




-Quantas patas tem este elefante?

- Uma rua ou uma imagem a ser criada por pessoas com espelhos?